ATA DA VIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 22.09.1994.
Aos vinte e dois dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e noventa e quatro reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e vinte e quatro minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Pedro João Zaffari, de acordo com o Requerimento nº 52/94 (Processo nº 891/94) de autoria do Vereador Luiz Braz. Compuseram a Mesa: o Vereador Luiz Braz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Pedro João Zaffari, Homenageado; o Senhor Hélio Corbellini, representante do Senhor Prefeito Municipal; o Senhor Ervino Besson, Diretor Técnico Financeiro da Companhia Estadual de Abastecimento, a Senhora Ineide Teló Zaffari, esposa do Homenageado; o Senhor Firmino Cardoso, representante da Associação Riograndense de Imprensa. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença de diversos familiares e amigos do homenageado, convidando a todos para, em pé, assistirem à execução do Hino Nacional pelo Quinteto de Cordas de Porto Alegre. A seguir, o Senhor Presidente convidou o Vereador Nereu D’Ávila a assumir a Presidência dos trabalhos para que pudesse fazer uso da palavra na Tribuna. O Vereador Luiz Braz, como proponente e em nome das Bancadas do PTB, PT, PMDB, PC do B e PSDB, destacou dados da biografia pessoal do homenageado e de seus familiares, lembrando a importância da união familiar e da Companhia Zaffari de Supermercados para a economia do Estado. Também, lembrou as obras sociais como preocupação do homenageado, congratulando-se com ele e com sua família. A seguir, o Vereador Luiz Braz reassumiu a Presidência dos trabalhos, concedendo a palavra aos Vereadores para se manifesrem sobre a presente homenagem. O Vereador Nereu D’Ávila, em nome da Bancada do PDT, destacou ter sido esta homenagem aprovada pela unanimidade dos Vereadores desta Casa, registrando que a Companhia Zaffari, foi obra coletiva de um grande esforço familiar. Declarou que esta empresa causa orgulho a nossa Cidade e ao nosso Estado, congratulando-se com o homenageado e sua família. O Vereador João Dib, em nome da Bancada do PPR, disse ser esta homenagem a expressão da vontade do povo de Porto Alegre. Destacou a qualidade dos serviços prestados nas empresas da Companhi Zaffari de Supermercados, cumprimentando o homenageado e sua família. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou que o Vereador Antonio Hohlfeldt encontrou-se impossibilitado de comparecer a esta solenidade, estando representado pelo Senhor Francisco Lamachia. A seguir, o Senhor Presidente discorreu sobre a origem histórica do Título ora outorgado, convidando o Vereador Nereu D’Ávila a entregar o brasão alusivo ao aniversário da Casa ao homenageado e, também, o Vereador João Dib a entregar o mesmo distintivo à esposa do homenageado. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, assistirem a entrega da Medalha, realizada pelo Senhor Hélio Corbellini e do Diploma, entregue por todos os Senhores Vereadores presentes. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Pedro João Zaffari, que agradeceu a presente homenagem ao Vereador Luiz Braz e a todos os oradores e suas Bancadas, dizendo que a entende como um reconhecimento ao trabalho das empresas de sua Companhia. Também, agradeceu a Deus e a todos os presentes. Às dezoito horas e vinte e quatro minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e formulou convite para que os presentes participassem de coquetel oferecido pelo homenageado no Restaurante da Casa. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz e Nereu D’Ávila, nos termos regimentais, e secretariados pelo Vereador João Dib, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, João Dib, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
(Obs.: A Ata digitada nos Anais é cópia do documento original.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz
Braz):
Senhoras e Senhores, a Sessão de hoje é destinada à entrega do Título de Cidadão
de Porto Alegre ao Sr. Pedro João Zaffari, de acordo com o Requerimento nº
52/94, Proc. nº 891/94, de autoria deste Vereador.
Passamos a compor a Mesa, convidando o homenageado, Sr. Pedro João
Zaffari, a ocupar seu lugar. Convidamos ainda o Exmo. Dr. Hélio Corbellini,
representante do Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Exmo. Sr. Diretor
Técnico Financeiro da CEASA, Sr. Ervino Besson; a Exma. Sra. Ineide Zaffari,
esposa do homenageado; o Exmo. Jornalista Firmino Cardoso, representante da
ARI. É com muita satisfação que registramos as presenças dos Vereadores Nereu
D’Ávila e João Dib, que estão presentes neste Plenário.
Queremos registrar as presenças dos irmãos e parentes do homenageado,
que muito nos honram, amigos que estão aqui presentes; a Sra. Zaffari, que está
aqui, juntamente com seu esposo, homenageado de hoje, Sr. Pedro João Zaffari;
os filhos Jeferson, Adriana, Giovani; a mãe Santina Zaffari; o Presidente da
Companhia Zaffari de Supermercados, Sr. Antonio Zaffari, que também é Cidadão
de Porto Alegre e recebeu esta mesma homenagem já há algum tempo; a esposa do
Sr. Antonio, Sra. Gemma D’Agostini Zaffari; o Diretor da empresa, Marcelo
Zaffari; irmão e esposa, Dulce Zaffari; irmãos presentes, João Zaffari, Ivani
Zaffari, Airton, Ivo e Cláudio Zaffari.
Peço que todos fiquem de pé para que possamos ouvir o Hino Nacional
Brasileiro, com o Quinteto de Cordas de Porto Alegre.
(É executado o Hino Nacional.)
Solicito que o Ver. Nereu D’Ávila assuma a presidência dos trabalhos
para que eu possa assomar à tribuna.
O SR. PRESIDENTE (Nereu
D’Ávila):
Temos a satisfação de conceder a palavra ao Ver. Luiz Braz, Presidente desta
Câmara Municipal, que é o proponente desta homenagem de cidadania ao Sr. Pedro
João Zaffari.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) (Lê.) “A menina do caixa, o
empacotador, o comprador de mercadorias, o encarregado do supermercado e um
senhor que caminhava pela loja verificando tudo, arrumando gôndulas, recebendo
os clientes na porta, todos eles tinham uma coisa em comum: o nome Zaffari.
Essa era a imagem da primeira loja da Companhia Zaffari de Supermercados, em
meados dos anos 60, quando a família iniciava sua história no ramo de
supermercados, e cada um de seus membros desempenhava uma tarefa para fazer
funcionar, progredir a nova atividade. As caixas eram moças da família, filhas
e noras do fundador Francisco José Zaffari. Os compradores e encarregados,
responsáveis pela qualidade e variedade das mercadorias, eram seus filhos mais
velhos. Os empacotadores eram caçulas da família. E aquele senhor incansável,
que cuidava pessoalmente do atendimento de cada detalhe, era ele mesmo,
Francisco José Zaffari.” (Trecho extraído do informativo Zaffari Especial - 30
anos).
A importância e relevância do trabalho da família Zaffari para o povo
de nossa Cidade é por demais sabida e nossa propositura espelha a importância
de um homem dessa família: Pedro João Zaffari, digno representante, neste ato,
do trabalho, da insistência, da visão empresarial de um grupo que é orgulho não
só dos porto-alegrenses, mas, também, de todo o povo gaúcho.
Pedro João, um dos onze filhos do comerciante Francisco José Zaffari e
de Dona Santina de Carli Zaffari, nascido em 30 de junho de 1938, em Erval
Grande, distrito de Sete de Setembro, então de Erechim, começou, ainda jovem,
no início dos anos 50, a ajudar seu pai e seus irmãos no estabelecimento
mantido por seu pai, Francisco, em Erval Grande. Na época, 1951, um episódio
causou a perda de grande parte desse estabelecimento. Na superação daquele
momento, ficou evidente o espírito de união da família, pois Pedro, estudando
em outra cidade, logo voltou para Erval Grande, junto com seu irmão mais velho,
a fim de ajudar os pais a prosseguirem o negócio. O trabalho obstinado fez a família
retomar sua história de progresso. Pedro João, com seu trabalho rude -
acompanhava tropa de mulas nas incursões de comércio pelo distante interior -
fazia prosperar a casa de comércio, surgindo as primeiras filiais. Para atender
as filiais, transportando mercadorias e combustíveis, foi preciso investir na
compra de veículos de carga. Em breve, Pedro João, junto com seus outros dois
irmãos, Marcelo e João, começavam a viajar a Porto Alegre na condução de seus
novos veículos.
O crescimento dos negócios, aliado ao crescimento da própria família,
fez surgir no pai de Pedro João o desejo de expandir suas atividades para
atingir um alvo bem mais distante: Porto Alegre. Antônio e Pedro João, os dois
filhos mais velhos, foram encarregados de concretizar o objetivo, instalando um
atacado, em 1960, na Av. Protásio Alves, ponto de início da Companhia Zaffari.
Pedro João transfere-se para Porto Alegre e aluga um apartamento para morar. As
lojas vão-se sucedendo. Mais uma na Protásio Alves, Zaffari Bordini, Riachuelo
e outras, concluindo com o mais novo supermercado aberto pela rede Zaffari, o
da Zona Sul, na Av. Cavalhada, em 1989.
Como se vê, não se pode fazer a análise individual do trabalho de cada
membro da família dentro da Companhia Zaffari, pois o espírito de união da
família é a marca registrada do grupo. Porém, João Pedro, desde o início, foi o
homem de trabalho de retaguarda, com a compra de cereais, hortifrutigranjeiros.
Toda a experiência do atacado foi transferida para o comércio. Enquanto seu
irmão Antônio, na Presidência do Grupo, coordena a empresa, sua funcionalidade
e expansão, com Marcelo no plano de obras e no funcionamento da indústria de
óleos vegetais, Pedro é o guardião de todo um sistema de compras, visando a
aperfeiçoar, sempre, o conceito de qualidade dos produtos Zaffari. Dentro da
Companhia Zaffari, entre fornecedores e clientes, Pedro João Zaffari é
reconhecidamente uma das vigas fundamentais do eficiente desempenho do grupo.
Sua liderança se impõe pelo conhecimento e pelo trabalho.
Essa poderia ser a história de qualquer uma das famílias de imigrantes
que, vindo para nossa região, conseguiu vencer através do trabalho. Mas até
mesmo essa história tem uma marca especial: a marca Zaffari. O herói desta
história não é alguém que não possa ser identificado com facilidade, não é
alguém que se perca misturado na multidão. Ele é facilmente notado porque, no
seu caminho, visualizamos sempre a presença de nobres ideais. O importante
nunca foi simplesmente vencer; era preciso vencer, mas com dignidade, com
honra, com qualidade. Essas características nós vamos encontrar nos negócios
onde estão envolvidos os membros da família. Os produtos para serem vendidos
têm que ser os melhores, porque as pessoas não podem ser ludibriadas na hora da
compra. Os locais onde estão instaladas suas casas de comércio são receptivas,
bem arejadas e com cuidados arquitetônicos a fim de que o público sinta-se bem
na hora que adentre qualquer de seus estabelecimentos.
Apesar de todos os investimentos que são feitos nestes setores, o
homenageado e sua família não abre mão de contribuir sempre nas boas obras
sociais, destacando algo que conheço muito bem - a participação efetiva na
“Campanha do Quilo” em favor da população mais humilde. Essas qualidades,
Pedro, que são suas e de toda a família Zaffari, dão para este momento o toque
de nobreza que é indispensável para todos aqueles que recebem o Título de
Cidadão de Porto Alegre. V. Sa. é um exemplo que merece ser seguido, e por isso
essa Casa está orgulhosa em recebê-lo na galeria dos homens mais notáveis desta
Cidade, ofertando-lhe o título, que parece ser também de todos os seus e que
liga, definitivamente, o nome de V. Sa. à história de nossa Porto Alegre e de
nossa Câmara Municipal.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz
Braz): Com
a palavra, o Ver. Nereu D’Ávila, que fala em nome da Bancada do PDT.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e os demais presentes.) O Ver. Luiz
Braz, concisa e objetivamente, já traçou o perfil do Sr. Pedro João Zaffari,
homenageado desta tarde. Em nome dos nove Vereadores do PDT - parcela
ponderável - que compõem esta Câmara de Porto Alegre, também deseja esta
Bancada associar-se ao homenageado. Mas gostaria de fazê-lo inserindo num aspecto
mais global duas coisas fundamentais: a primeira lembra-me “Os Sertões”, de
Euclides da Cunha, que dividiu a sua magistral obra em capítulos referentes ao
homem, à terra e à luta. Não sei por que me veio à memória aquela obra de um
dos maiores escritores que honraram a literatura brasileira; há que inserir-se
o homem, sua saga, sua família, sua
terra e sua luta.
Ocorre-me agora um gaúcho que todos aprendemos a reverenciar através de
várias gerações: Érico Veríssimo, no seu imortal “O Tempo e o Vento”, onde ele
nos traz a saga dos Terra Cambará em luta contra os Amaral, retratando nossa
história desde 1700 até 1946, com a primeira redemocratização do País e com a
participação das etnias nesta grande terra gaúcha. Refere-se, magistralmente, à
etnia alemã através de uma fictícia localidade chamada Pomerâmia e a uma
fictícia Garibaldina, onde vicejou a colonização italiana. Somos todos produtos
de uma grande etnia. Quando se homenageia uma família que soube vencer e
colocar-se na economia rio-grandense através de uma luta incessante, lembro-me
de outro gênio da humanidade - Charles Chaplin. Quando perguntado, no fim de
sua vida - com mais de oitenta anos - por uma jovem jornalista: “Sr. Chaplin, o
senhor venceu graças a seu grande talento, não?” E ele surpreendeu na resposta:
“Minha filha, com talento muitas e muitas pessoas nascem; eu venci foi pelo
trabalho”. Ora, um gênio da humanidade, como Charles Chaplin, emblemou
magnificamente que ninguém vence, embora família numerosa, senão pelo trabalho.
É nesse contexto que Pedro João Zaffari, representando uma peça de
engrenagem familiar que soube dedicar-se e dedica-se exaustivamente ao
trabalho, hoje tem essa potência econômica padronizada pelo nome familiar nos
seus supermercados e lojas.
O Ver. Luiz Braz referiu-se magnífica e unitariamente ao homenageado.
Ouso ampliar a homenagem também aos seus familiares, porque sei que não foi a
luta de um só, mas a luta de um conjunto. E mais: sem nenhuma xenofobia
ridícula neste final do século, nós, gaúchos, temos orgulho de ter, nesse ramo
de alimentação, essa postura de alguém que carrega, exatamente como nossos
conterrâneos, essa potência econômica. Repito: sem nenhuma exclusão e sem
nenhuma visão xenófoba, pois seria imponderável nestas alturas. Mas temos que
valorizar os homens da terra. E como dizia em “Os Sertões” o seu magnífico
autor, é inserido na terra e na luta que o homem vence em derredor, vence as
hostilidades do tempo e da concorrência.
Então, Sr. Pedro João Zaffari, receba, não somente na individualidade,
porque efetivamente nesta todos sabemos que a luta não foi fácil, mas receba na
coletividade da família e da sociedade gaúcha o fervor de quem honra as
tradições desta terra porque nela se inseriu para, através da simplicidade,
deixando na longínqua Europa seus ancestrais, unir-se a nós, do pampa gaúcho,
para somar-se à postulação de uma economia mais forte e mais rica.
Por isso, quando aprovamos o nome de Pedro João Zaffari para ir à
galeria daqueles que têm a unção de trinta e três Vereadores, que representam
mais de um milhão e meio de porto-alegrenses, digo que estamos honrados e que
temos a alta responsabilidade desta mesma honra. Sei que, pelo perfil, pelo
passado desse homem, ele se insere nesse papel. Por isso nós, nesta tarde, nos
somamos aos amigos, aos familiares e a todos os que participam economicamente
desta empresa vencedora. Temos, aí, a dimensão do que significa hoje este
título. Queremos dizer que estamos, nós, Vereadores, a Cidade e o Estado do Rio
Grande do Sul, mais honrados do que o homenageado por ser tão forte o liame que
une a família Zaffari aos destinos da economia gaúcha. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença do
Sr. Ênio Bervanger, da Rede Pampa de Comunicações e da Associação Gaúcha de Emissoras
de Rádio e Televisão.
O Ver. João Dib está com a palavra pelo PPR.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e os convidados.) Vivemos em sua
plenitude o Ano da Família. E é importante que seja lembrada esta efeméride,
porque hoje é uma família inteira que está sendo, aqui, homenageada.
Nós não podemos escrever a história do desenvolvimento do Rio Grande,
do crescimento, da prosperidade deste Estado maravilhoso sem que tenha que se
incluir a família Zaffari. É extremamente importante o conceito de família. Eu
sempre digo que o direito nasce do dever e o dever cumprido leva as pessoas a
momentos como este, a receberem homenagens, a receberem o reconhecimento da
sociedade em que convivem, porque deram de si o melhor para a sua comunidade,
deram de si o melhor para a sua Cidade, para o seu Estado, para o seu País.
E eu olho Dona Santina como se fosse a minha mãe. Ela estaria aqui na
maior das vibrações, vendo um filho seu sendo reconhecido pela Cidade onde
vive, pela totalidade da sua gente, porque os trinta e três Vereadores
representam a totalidade dos porto-alegrenses, e os trinta e três Vereadores
homenagearam seu filho, e a senhora deve estar profundamente feliz e
satisfeita, porque soube ensinar não um, mas onze filhos a cumprirem com o seu
dever. Esse é o exemplo que tem que ser seguido, e é por isso que eu disse que
a família tem que ser lembrada.
Mas é difícil a vida de todos nós. É por isso, Cidadão Pedro João
Zaffari, que momentos como este, em que nos enchemos de orgulho e satisfação,
precisam ser muito bem guardados. E, na poupança de nossas vidas, esses
momentos devem ser registrados, porque a vida é feita de momentos bons, mas
muito mais momentos ruins. Em função desse momento bom, de glória, de honra, de
satisfação do filho perante a mãe, a homenagem tem que ser guardada para que
ele possa, nas suas dificuldades, retirar daquela poupança a força necessária
para prosseguir na sua luta. Pode ter certeza de que não estaria sentado aí
para receber esta homenagem não fosse a Dona Santina, o “Seu” Francisco, que,
se estivesse aqui, estaria profundamente orgulhoso, porque estava escrevendo um
pedaço da história através do seu filho, ele que também recebeu homenagem do
Executivo e da própria Câmara Municipal. Ele estaria feliz, pode ter certeza.
Não fora esta companheira, Dona Ineide, também não estaria sentado aí, porque a
família que é importante, e aí estão aqueles que batem palmas, sorriem. A
Adriana, o Jeferson, o Giovani também receberam um pedaço dessa homenagem,
creditando nas suas contas de poupança para vencer lá, mais longe, muitas
coisas que a vida nos prepara.
A homenagem é correta. O Ver. Luiz Braz foi feliz na sua escolha. Ele
escolheu um - foi Pedro João Zaffari. Se os Vereadores aqui fazem o aplauso, se
os amigos aqui fazem o aplauso a Pedro João Zaffari, tenho certeza de que os
consumidores nos diferentes supermercados também fariam o aplauso a Pedro João
Zaffari. Então, podem ter certeza e tranqüilidade: a homenagem é justa, o
mérito é seu, pelo dever cumprido. Primeiro o dever, depois o direito. E parece
que o velho Francisco e a Dona Santina souberam colocar na mente de cada um dos
seus filhos que o direito nasce do dever. Primeiro cumprimos o dever e depois
vamos receber as homenagens, o reconhecimento, que é o que está acontecendo
aqui, com toda a justiça.
Eu poderia falar muito mais, porque gosto demais das pessoas da família
Zaffari. Poderia dizer muitas coisas, mas vou dizer, como disse o poeta
Lamartine e como poderia ter dito o Sr. Francisco com a Dona Santina, olhando
para os filhos: a família é, sem dúvida, o complemento de nós próprios, maior
do que nós; existe conosco e a nós sobrevive com o que temos de melhor. É isso
que quero que Pedro João Zaffari possa dizer a seus filhos: “Sigam o meu
exemplo, porque o exemplo é bom.” Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Quero fazer referências
que, quando falávamos, representávamos as Bancadas do PTB, PT, PMDB, PC do B e
do PSDB. O Ver. João Motta, que é da Bancada do PT, está presente e fez essa
delegação pela Bancada do PT. Queremos registrar que o Sr. Francisco Lamachia
está presente, representando o Ver. Antonio Hohlfeldt. Solicito que o Ver.
Nereu D’Ávila, que foi o primeiro a falar, Ver. João Dib e o Ver. Motta venham
aqui agora para prestar as homenagens devidas ao nosso homenageado. Neste ano,
a Câmara Municipal completou duzentos e vinte e um anos de existência. Há
duzentos e vinte e um anos a Câmara Municipal faz leis nesta Cidade. Hoje,
antes de virmos para este Plenário, tivemos a oportunidade de, juntamente com o
homenageado de hoje e sua família, ir até o Memorial da Casa para olharmos os
livros, para pesquisarmos qual a data da criação do Título de Cidadão de Porto
Alegre e qual a primeira pessoa que havia recebido essa homenagem. O título foi
criado em 1955 e a primeira pessoa a recebê-lo, em 1957, foi a Dona Lídia
Mosquetti. De lá para cá, tivemos várias pessoas que se destacaram na
sociedade, em seus setores de atividades, e vieram a receber esse título. Mas,
neste ano em que a Câmara está completando seus duzentos e vinte e um anos,
fizemos um símbolo para comemorar a data, que é bem simples, assim como deve
ser a própria Câmara. Esta não pode ser sofisticada, porque aqui está a
representação de toda a sociedade porto-alegrense.
A primeira homenagem que queremos prestar ao Sr. Pedro Zaffari é pedir
que o Ver. Nereu D’Ávila coloque na lapela do nosso homenageado o símbolo dos
duzentos e vinte e um anos desta Casa, que é bem simples, mas que representa
muito por ser a memória da Câmara Municipal, e que passamos àquelas pessoas que
são amigas da Casa, amigas da Cidade e que fazem com que este Legislativo
possa, cada vez mais, cumprir com suas funções.
Solicito aos Vereadores João Motta e João Dib que subam até a Mesa,
pois considero importante que estejam presentes neste ato. Passo esse símbolo
às mãos do Ver. Dib que possa passar para o Pedro para que ele escolha as
pessoas de que mais gosta, as mais importantes da vida dele, para passar o
símbolo da Câmara Municipal. Sei que a esposa seria uma delas. Peço que o Ver.
João Dib entregue para a Dona Ineide o símbolo da Câmara Municipal.
(É feita a entrega do símbolo.)
Este título, como é muito importante, na verdade traz para o
homenageado não apenas a homenagem da Câmara Municipal, mas de toda a Cidade.
Esta homenagem de toda a Cidade está configurada na possibilidade ou na
determinação que a lei dá para que o homenageado receba não somente o título,
mas a medalha.
Peço que o Dr. Hélio Corbellini, que representa o Sr. Prefeito
Municipal, faça a entrega da medalha ao Sr. João Pedro Zaffari.
(É feita a entrega da medalha. Palmas.)
Para completar esta homenagem que fazemos, peço que todos os Vereadores
venham até aqui para fazermos a entrega, todos nós, juntos, do Título de
Cidadão de Porto Alegre. São raríssimas as pessoas da Cidade que, nesses
quarenta anos de existência da lei que criou o título, puderam recebê-lo. Temos
uma honra muito grande de fazermos a entrega, em nome da Cidade, juntamente com
os Vereadores da Câmara, ao Sr. Pedro João Zaffari do Título de Cidadão de
Porto Alegre.
(É feita a entrega do Título. Palmas.)
Na história deste título, nós temos a vinculação de Porto Alegre com
boa parte do mundo. A Câmara Municipal, por exemplo, prestou homenagem com o
Título de Cidadão de Porto Alegre ao Papa, a Margot Fontaine, a Nelson Mandella
e a você, João Pedro Zaffari, que já teve um dos seus irmãos homenageados por
esta Casa. Tenho certeza absoluta de que você compõe essa plêiade que se
destaca na nossa sociedade e por isso recebe esta homenagem como Cidadão de
Porto Alegre.
Está com a palavra o nosso homenageado, Pedro João Zaffari.
O SR. PEDRO JOÃO ZAFFARI: (Saúda os componentes da
Mesa e demais convidados.) Sinto-me honrado pela homenagem que me conferem os
Srs. Vereadores. Esta distinção me leva a pensar e sentir o quanto Porto Alegre
é importante em minha vida. A Cidade, neste momento, reconhece minha profunda
devoção por ela, e eu agradeço tudo que ela me concede em beleza e aprendizagem
de vida.
Quero agradecer ao Presidente desta Casa, Ver. Luiz Braz, a indicação
de nosso nome para tão honroso título, e expresso minha gratidão pelas palavras
afáveis de cada um dos representantes dos partidos políticos presentes no
Legislativo Municipal.
Se me permitem os senhores, quero entender a concessão do Título de
Cidadão de Porto Alegre como um gesto de reconhecimento de nossa comunidade ao
trabalho realizado ao longo de trinta e quatro anos pela Companhia Zaffari de
Supermercados. A esta empresa me integro, como irmão, Diretor e colega de seis
mil funcionários.
Como homem de fé, agradeço a Deus a graça de ter reconhecido meu
trabalho por personalidades representativas de nossa Cidade. O cidadão de Erval
Grande é hoje, também, cidadão de Porto Alegre, porque os senhores, de forma
generosa e solidária, assim decidiram. A Santina Zaffari, minha mãe, a meus
irmãos e a todos presentes, expresso meu agradecimento. Estou feliz. Estou
honrado. Estou gratificado por esta homenagem. Em meu nome, de minha esposa e
de meus filhos, profundamente, muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Sabem que uma das coisas
mais difíceis que existe, e os oradores aqui desta Casa sabem, é alguém entrar
num Plenário cheio, como está hoje, e subir naquela tribuna. As pessoas mais
cultas que já passaram aqui por este Plenário, quando se dirigiram àquela
tribuna e subiram para se dirigirem ao Plenário cheio, tremeram. A emoção bate
forte no coração dessas pessoas que têm essa audácia de assomar àquela tribuna.
Parece brincadeira, parece uma coisa fácil. Alguém sai do local, vai àquela
tribuna, o microfone está aberto, e ele fala tudo aquilo que ele tem na sua
mente. Eu posso confessar aos senhores que, na experiência que temos na
história desta Casa, as pessoas, todas elas têm uma dificuldade danada quando
chegam ali naquele pedacinho. Aquele pedacinho é difícil.
Esta Casa está feliz hoje porque nesta homenagem que estamos fazendo
para você e sua família fica muito configurado algo que o Ver. João Dib trouxe
muito bem: a homenagem que a gente faz para uma família que permanece unida.
Infelizmente, tivemos, principalmente neste final de século, uma experiência
muito ruim no meio da nossa sociedade, onde vimos famílias se desagregando com
uma facilidade muito grande e onde as famílias começaram a perder boa parte do
significado que tiveram na nossa História. Quando se vê que alguém vence junto
com a sua família, vence sendo importante para a sua família e achando a
família importante na sua vida, a gente fica contente em ver que as coisas não
estão assim tão perdidas, como muita gente pode pensar, e que a desagregação
familiar pode ser contida nesses exemplos que o Pedro João Zaffari dá com a sua
história, que o Antônio já deu com a sua história, que o Marcelo dá, quando estava
aqui falando nos projetos arquitetônicos do Zaffari. Por isso que essa
homenagem que se presta para uma pessoa da família Zaffari significa sempre a
homenagem para toda a família. O próprio Ver. Nereu D’Ávila, quando foi para a
tribuna, disse muito bem: não se pode nunca homenagear um membro desta família
e olvidar os outros membros, porque todos eles são dignos de homenagem.
Mas hoje é um dia muito especial, porque um dia foi o dia do Antônio,
quando ele recebeu a homenagem. Hoje é um dia especial, onde o Pedro está
vivendo o seu momento de glória, no seio da sua família, mas é um momento que
ele vai saborear também na sua individualidade. Quero dizer, em nome da família
Zaffari, que o homenageado preparou um coquetel para receber seus convidados.
Todos estão convidados a descerem, neste fim de solenidade, para que possamos,
juntos, continuar esta comemoração de estarmos recebendo na galeria dos homens
mais notáveis desta Cidade mais um Cidadão de Porto Alegre. Parabéns, Pedro
João Zaffari. (Palmas.)
Estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Sessão às 18h24min.)
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